Para além do SaaS: conheça as vantagens do On Premise Software para TI

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Por Gustavo Fleury em

Um software On-Premise é ideal para empresas que buscam maior controle sobre os dados e sobre o próprio funcionamento do sistema. Em contrapartida, sua adesão não é simples e muito menos acessível.

Por requerer bastante análise e comparação com soluções SaaS, a contratação de software On-Premise precisa ser muito bem embasada. Pois bem, este artigo vem para fornecer esta base.

O que é On-Premise Software?

Trata-se de um tipo de sistema de informação para ERP onde os dados e a infraestrutura de TI são mantidos e administrados pela própria empresa. Proporcionam personalização e controle, mas requerem alto investimento — em todos os sentidos — devido à robustez que oferecem.

Como seu funcionamento não é em cloud, os softwares On-Premise são escolha natural para organizações que lidam com dados sigilosos (como órgãos governamentais) ou que preferem ter mais controle sobre os processos com que trabalham.

O que é SaaS e qual a diferença com o On-Premise

Um software-as-a-service (SaaS) é acessado pela internet, ou seja, sua disponibilização se dá por meio de uma infraestrutura computacional externa, enquanto um software On-Premise o cliente obtém uma autorização de uso — a que chamamos licença.

Após a aquisição da licença, que normalmente é feita por pagamento único, o cliente instala software On-Premise nos data centers da empresa, vincula os dados e configura o acesso de todos os dispositivos de forma individual.

Quais são as vantagens do On-Premise Software para empresas de TI?

Controle total sobre os dados

Se um SaaS requer que o cliente tenha acesso à internet e utilize um navegador para acessar o sistema, todos os dados que a empresa trabalha no software ficam nos servidores do fornecedor. Isso é tão assustador quanto inviável para empresas que, como dissemos, trabalham com informações sensíveis.

Por isso, o comum é que a estrutura digital de governos e grandes empresas passe por softwares On-Premise. Por mais que fornecedores de SaaS invistam na segurança cibernética (e eles, realmente, investem muito nisso), parece mais seguro “manter tudo em casa”.

Melhoria na segurança e conformidade com regulamentações

Ao manter dados e sistemas em servidores próprios, a empresa pode aplicar as configurações de segurança que quiser. Dessa forma, ela garante a integridade digital de suas instalações porque construiu a estrutura cibernética envolvida.

Além da segurança contra ataques cibernéticos, também há a questão da confiabilidade nos servidores. Com uma solução baseada em software On-Premise, a empresa garante que as manutenções de hardware serão adequadas, que os servidores receberão a instalação física apropriada (com salas amplas e refrigeradas), etc.

Personalização e customização do software

Já que grande parte dos contratantes de softwares On-Premise optam por esse tipo de sistema devido à complexidade das informações com as quais trabalham, o software em si precisa ser flexível. É por isso que os fornecedores recebem solicitações de atributos personalizados para o sistema.

Por exemplo, a forma de conceber borderôs varia em cada organização. Mas um mesmo fornecedor de software On-Premise pode personalizá-lo para cada caso e trabalhar com todos.

Essa personalização não se equipara ao SaaS, pois o mais próximo que o contratante pode chegar disso é alterando o pacote de assinatura para incluir mais recursos. Você mesmo pode confirmar isso ao olhar as páginas de preço nos sites de SaaS: poucos têm a opção de “solução personalizada” — e mesmo assim trata-se de uma customização de pacote.

Integração com outros sistemas

A integração de soluções externas a softwares On-Premise pode ser realizada por meio de APIs, ESB (Enterprise Service Bus), integração via banco de dados (ETL e replicação) e conectores específicos. Um exemplo deste último caso é a conexão entre SAP e Salesforce por meio de um adaptador dedicado.

Assim, torna-se viável a conexão do software On-Premise com:

  • Business Intelligence (BI): auxilia na tomada de decisões através de análise de dados e geração de relatórios.
  • Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM): permite uma visão unificada dos dados dos clientes, melhorando o atendimento e a personalização.
  • Gestão de Cadeia de Suprimentos (SCM): facilita o gerenciamento de fornecedores, estoques e logística.
  • Gestão de Recursos Humanos (HRM): ajuda na administração de folha de pagamento, recrutamento, treinamento e desenvolvimento de funcionários.

Aspectos de segurança e compliance em On-Premise

Como já dissemos, o controle sob a segurança de um sistema é um grande trunfo proporcionado por softwares On-Premise, já que mantê-lo funcional é sua responsabilidade. A política de backup, por exemplo — que define rotinas e procedimentos das cópias de segurança — deve ser providenciada pela empresa.

Consequentemente, há maior controle sobre as medidas de segurança vigentes. Inclusive, quem garante que um SaaS esteja em conformidade com as leis de proteção de dados (LGPD e GDPR)? Agora, se o software é On-Premise, você mesmo toma as rédeas e garante a adequação.

Quando optar por On-Premise Software ao invés de SaaS?

Considerando os desafios de implementação de um On-Premise — sobre os quais falaremos a seguir — o ideal é optar por ele se:

  1. A operação estiver instalada em um local com baixa disponibilização de internet.
  2. Lidar com dados altamente sensíveis (ex.: financeiro, saúde, defesa, jurídico).
  3. Houver riscos de segurança associados ao armazenamento de dados em servidores de terceiros.
  4. Precisar atender a regulações rigorosas, como as já citadas LGPD e GDPR, mas também de outras específicas de cada nicho, como as Normas Regulamentadoras (NRs).
  5. For necessário um software personalizado e amplamente integrado com outras soluções.
  6. O software exigir alto desempenho com baixa latência, uma vez que os SaaS nem sempre oferecem desempenho adequado para aplicações críticas.

Desafios de implementar uma solução On-Premise

Até aqui você percebeu a robustez da solução que estamos falando. Isso é acompanhado por uma série de grandes desafios, que você precisa ponderar com cautela antes de tomar a decisão de contratar uma solução On-Premise.

Custos iniciais de implementação

Tendo em vista o controle e a personalização possível em uma solução On-Premise, não é difícil prever que o custo não é brincadeira. O investimento inicial, claro, depende do porte da empresa e da complexidade da solução — mas gira em torno de algumas dezenas de milhares de reais.

Primeiramente é preciso olhar para a infraestrutura da empresa. Implementar uma solução On-Premise requer servidores físicos ou storages, equipamentos de rede, dispositivos de backup e, por fim, espaço, energia e refrigeração adequados. Até dez mil reais resolvem em pequenas empresas, mas para as grandes esse número ultrapassa facilmente os seis dígitos.

Em seguida, considere o valor correspondente ao licenciamento do software. ERPs, CRMs e relacionados também giram em torno dos dez mil reais para pequenas empresas. Mas os softwares mais especializados (como SAP e Oracle) e potentes não são contratados por menos de R$100.000.

Por fim, considere contratar uma consultoria especializada na implementação de soluções On-Premise, para que a transição aconteça com a menor inoperabilidade possível.

Manutenção da infraestrutura interna e equipes de TI

Uma vez implementado, o software requer manutenção constante da infraestrutura que utiliza. Portanto, as manutenções preventivas são indispensáveis (pois você vai querer tê-la na planilha de custos em vez de na lista de gastos emergenciais).

Essas manutenções preventivas, inclusive, precisam ser bem organizadas para não acontecerem precocemente ou tardiamente — gerando, ambas, desperdício de gastos. É importante a comunicação do gestor de TI com o Facility Manager (FM), pois a equipe de TI precisa focar o máximo possível em suas demandas principais.

Inclusive, o custo com equipe de TI especializada acompanha o investimento em softwares On-Premise. Já que todo o sistema e os dados são locais, o time de TI também precisa estar constantemente in loco.

Escalabilidade

Escalabilidade no atual contexto é a capacidade da infraestrutura da empresa dar conta de exigências cada vez mais altas. Ou seja, quando a demanda sistêmica da empresa aumenta, o hardware e o software precisam acompanhar.

Num cenário comum, o aumento da exigência do sistema é previsto e não traz maiores problemas. Mas também não é raro a demanda dar um salto inesperadamente.

Quando isso acontece, a empresa precisa encomendar os recursos para o upgrade do hardware e esperar chegar! Sem contar que os novos equipamentos ainda precisam ser instalados, configurados e testados.

Uma alternativa é adquirir antecipadamente os equipamentos e sublocá-los. Porém, isso representa um investimento que vai demorar para dar retorno.

No lado do software, novas requisições serão necessárias e, portanto, os desenvolvedores precisarão trabalhar mais intensamente até ajustar tudo. Caso eles se deparem com alguma limitação a nível de fornecimento, será necessário acionar a provedora do software On-Premise.

Atualização contínua

Bugs, erros e correções ficam sob a responsabilidade da empresa contratante. Essas atualizações precisam ser contínuas porque os devs sempre estão “arredondando” o sistema para melhorar sua performance. Percebeu a necessidade de uma equipe de TI dedicada?

Treinamento da equipe e suporte contínuo

Como estamos falando de um software que será responsável pelo funcionamento da empresa, sua implementação requererá treinamento de todos os usuários finais e de toda a equipe de TI.

Como garantir sucesso ao adotar On-Premise Software?

Para garantir sucesso na adoção de software On-Premise, é essencial começar com um planejamento detalhado da infraestrutura necessária, incluindo servidores, rede e requisitos de hardware e equipe.

Com isso detalhado, entenda como fazer uma eficiente gestão de mudanças para que o processo ocorra da melhor maneira possível.

Gustavo Fleury

Technical Account Manager